terça-feira, 17 de julho de 2007
























Não me peçam nada além da máscara. Nada além de nada e não me apontem olhos e lentes. Não me olhem que não consigo olhar-vos eu. Que não consigo levantar a cabeça sequer. Que não consigo desprender-me do chão. Não me peçam nada além da máscara, que nada além da máscara tenho para vos dar. Não sei quantos grãos tem este solo. Não sei da vida os segredos, nem da morte se existe. Não sei nada e nada tenho além da máscara, que me pesa demasiado para que a suporte. Não me peçam nada além da máscara que verga, que só a máscara vos posso dar. E só a máscara vos darei. E tudo acabará bem porque tudo é perfeito quando acaba bem. Tudo é perfeito quando acaba. Tudo é perfeito.

3 comentários:

Unknown disse...

Uma boa simbiose aqui...

Ainda assim, espero que um dia invertam os pápeis, e veja da Andreia também coisas escritas, sem qualquer demérito pelo texto que está. Bastante bom até, o que não seria de estranhar de uma pessoa que gosta de reticências, mas que hoje parece-me repetir-se um pouco.

Unknown disse...

...Um abraço e parabens

Gonçalo Mira disse...

Obrigado Miguel! Quanto a uma inversão de papéis, não tenhas muita esperança. Não porque a Andreia não saiba escrever (que sabe), mas porque eu não sei fotografar. Espero que isso não te afaste de nós. Abraço e volta sempre :)